Meu Sítio

18 dezembro 2005

A Alma do Homem Sob o Socialismo

Oscar Wilde

Neste pequeno "Opus"(A Alma do Homem Sob o Socialismo-L&PM-2003), Wilde delineia, em grande estilo, sua visão sobre o futuro do Socialismo no mundo, em uma perspectiva quase profética. Também faz uma bela análise do sentido da Arte e do Artista, revelando-se um grande pensador.


Excertos:

"Nada poderia prejudicar um homem a não ser ele próprio. Nada poderia lesá-lo. O que um homem realmente tem, é o que está nele. O que está fora dele deveria ser coisa sem importância.
Abolida a propriedade privada, haveremos de ter o individualismo verdadeiro, harmonioso e forte. Ninguém desperdiçará a vida acumulando coisas ou à cata de símbolos para elas. Havará vida. Viver é o que há de mais raro neste mundo. Muitos existe, e só."


"Lembremos que Jesus nunca disse que os pobres são necessariamente bons e os ricos necessariamente maus. Isto não teria sido a verdade. Os ricos são, enquanto classe, melhores que os pobres, mais virtuosos, intelectuais e corteses. Na sociedade, há apenas uma classe que pensa mais em dinheiro do que os ricos, e é a dos pobres. Estes não podem pensar em mais nada. Aí está o infortúnio em ser pobre. O que Jesus diz é que um homem não alcança a perfeição através do que tem ou mesmo do que faz, mas tão somente através do que ele é."


" A personalidade é coisa muito misteriosa. Não se pode medir um homem pelo que ele faz. Um homem pode seguir a lei, e no entanto ser desprezível. Pode violar a lei, e no entanto ser justo.
Pode ser mau, sem nunca ter feito nada de mau. Pode cometer um pecado contra a sociedade, e no entanto alcançar por meio desse pecado a verdadeira perfeição."


"Todas as formas de governo estão destinadas ao fracasso. O despotismo é injusto com todos, inclusive com o déspota, que provavelmente foi feito para coisas melhores. As oligarquias são injustas com muitos, e as olocracias com alguns poucos. A democracia, por sua vez, despertara grandes esperanças; mas descobriu-se que ela significa simplesmente o esmagamento do povo, pelo povo e para o povo. Devo dizer que essa descoberta não veio sem tempo, pois toda autoridade é degradante."


"Não é a arte que deve se tornar popular, e sim o público que deve se tornar artístico."

Outras obras do autor:

"De Profundis"

"O Fantasma de Canterville e outras historias"

"O Retrato de Dorian Gray"

"A Balada do Prisioneiro"

11 dezembro 2005

Pessoa revoltado

Sou pelo combate sempre
e em toda parte
dos três assassinos:

a ignorância

o fanatismo

e a tirania.


Fernando Pessoa